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CNBB questiona acordo entre Vale e Governo de Minas

Geral

CNBB solicita suspensão de audiência marcada para dia 17 e afirma necessidade de negociações transparentes com atingidos e sociedade civil.

Publicação: 13/11/2020


A Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Grupo de Trabalho de Ecologia Integral e Mineração do Regional Leste II da CNBB e a Rede Igrejas e Mineração protocolaram, nesta sexta-feira (13), na 2ª vara da fazenda pública estadual da comarca de Belo Horizonte, um documento questionando o acordo anunciado na parceria entre a Vale e o Governo de Minas, no caso do crime da Vale em Brumadinho. As questões apontadas foram baseadas na minuta do acordo e na forma como o processo está sendo encaminhado.

A CNBB solicita suspensão e cancelamento de uma audiência marcada para o dia 17 de novembro de 2020 e afirma a necessidade de negociações transparentes e com um amplo debate dos atingidos e sociedade civil.

O documento contesta uma série de condutas, como a não participação da população atingida, a “gestão paralela” do Estado na administração dos recursos, a exclusividade do Ministério Público Estadual nas indicações das auditorias e outras questões, que como apontado pelo documento, desrespeitam a legislação brasileira e violam os direitos das populações atingidas. 

Leia AQUI o documento completo da CNBB.

A manifestação da CNBB pode ser entendida como um apelo para que os órgãos do Estado tenham transparência em qualquer tipo de negociação e garantam a justiça junto às pessoas atingidas e ao meio ambiente. 

O acordo entre a Vale e o Governo de Minas, que também tem a participação do Ministério Público MG, Defensoria Pública do Estado e a Defensoria Pública da União (DPE/DPU), ocorre em sigilo de justiça e em reuniões sem a participação da população atingida. Uma nova reunião entre a Vale e o Governo de Minas, agendada para o dia 17 de novembro, foi anunciada para acertar os termos do acordo. 

No início dessa semana, em uma “live” e Audiência Pública, os atingidos mostraram-se totalmente contra esse tipo de acordo e como os processos e reuniões estão acontecendo. Mesmo com a complexidade das questões apontadas pelo acordo e também a profusão dos direitos, as pessoas e comunidades atingidas pelo rompimento da barragem em Brumadinho reclamam a participação no processo.

Foto destaque: Francielle Oliveira/ Cáritas MG

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