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Pedido de pessoas atingidas pela barragem de Brumadinho e movimentos sociais não é atendido por ALMG

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Mesmo com pedidos de retirada do Rodoanel do Projeto de Lei 2508, Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou o projeto sem alterações.

Publicação: 14/07/2021



Protestos foram realizados contra o projeto do Rodoanel, na entrada da ALMG.

Na tarde desta quarta-feira (14/07), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou o Projeto de Lei (PL) 2508/2021, que regulamenta o repasse de verba do acordo assinado entre o governo de Minas Gerais e a mineradora Vale, em decorrência do rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho. A aprovação ocorreu sem que uma solicitação das organizações das pessoas atingidas, movimentos sociais, sindicais e pastorais fosse ouvida: a retirada do Rodoanel do PL. 

Uma audiência pública foi realizada no dia anterior à votação. Ela contou com a presença de representantes das pessoas atingidas, movimentos sociais e o subsecretário de Transportes e Mobilidade, Gabriel Ribeiro Fajardo, da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra). Durante a reunião, os participantes questionaram sobre o traçado da obra, os riscos para a segurança hídrica da região metropolitana e a quantidade de famílias previstas para sofrerem com desapropriações. O subsecretário Gabriel Ribeiro Fajardo argumentou que o projeto do Rodoanel ainda não possui respostas definitivas para essas indagações. 

Fernanda Perdigão, representante do Fórum de Atingidos e Atingidas pelo Crime da Vale em Brumadinho, reforça que as comunidades atingidas são contra o acordo entre o governo de Minas Gerais e a mineradora Vale, pois ele não contou com a participação popular. “Nós encaramos que, mais do que o Rodoanel, todo esse Projeto de Lei que foi aprovado como uma violência do Estado às pessoas atingidas e, também, à sociedade mineira com um todo”. Fernanda afirma que, mesmo com a homologação da PL, há mobilizações para tentarem possíveis soluções para barrar o Rodoanel e outros anexos do acordo. “Estamos nos organizando e pensando nas estratégias para evitar esse crime ambiental que é o Rodominério”, relata.   

Desde a noite de segunda-feira (12/07) até o dia da votação, manifestantes fizeram vigília no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em protesto contra a construção do Rodoanel. Outros atos públicos já vinham sendo realizados no mesmo propósito. “Esse dinheiro deveria ser investido em projetos sociais, especialmente na bacia do Rio Paraopeba onde estão milhares de comunidades sacrificadas pelo crime da mineradora Vale. Perdemos uma batalha, mas a luta vai continuar”, disse o Frei Gilvander em discurso em frente à Assembleia após o resultado da votação.

Foto: Reprodução/Brasil de Fato
Foto destaque: Willian Dias/ALMG


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