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Atingidos do Paraopeba cobram retomada do processo de reparação individual

Áreas de Atuação

Em reunião com atingidos, juiz estipula prazo para manifestação da Vale em processo de Indenizações Individuais no caso Brumadinho.

Publicação: 28/09/2023


Nesta terça-feira, dia 26 de setembro, representantes das comunidades atingidas pela mineração das cinco regiões da bacia do rio Paraopeba se reuniram com o juiz Murilo Silvio de Abreu, responsável pelo processo coletivo civil do caso de Brumadinho, para discutir a pauta da reparação individual das pessoas atingidas. A reunião ocorreu na sede do Fórum Civil e Fazendário da Justiça Estadual de Minas Gerais, em Belo Horizonte, e contou também com a presença de representantes de movimentos sociais e das Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) que atuam na região.

Na ocasião, as pessoas atingidas puderem falar sobre suas vivências nos territórios atingidos pelo desastre-crime e sobre danos causados às comunidades e à vida de cada um. A reivindicação apresentada ao juiz pede que o processo de reparação para cada pessoa atingida seja feito de maneira coletiva e que uma perícia independente seja designada, de modo que a Vale S.A não interfira politicamente na decisão e no processo.

As pessoas atingidas presentes demandaram ao juiz que sua decisão seja pela inversão do ônus da prova, ou seja, que a mineradora prove que o dano de cada atingido não tem ou não tinha relação com sua atividade minerária e suas consequências. Exigiram também que a proposta tenha ampla participação, informada via Assessorias Técnicas, e direta, por meio da atuação dos mais diversos coletivos auto-organizados de Brumadinho e de todo o Vale do Rio Paraopeba. 

Foi pautado ainda que a decisão do juiz, condenando a Vale ao pagamento da reparação individual, seja tomada com urgência, uma vez que já são quase 5 anos passados desde o rompimento. 

O juiz estabeleceu que a Vale deverá se manifestar no processo até o dia 02 de outubro. Após este prazo, o juiz Murilo Silvio de Abreu deverá tomar uma nova decisão a respeito das indenizações individuais.

Manifestações em paralelo

Enquanto o diálogo acontecia no Fórum, atingidos e atingidas, vindos de diversas caravanas, se reuniram do lado de fora e organizaram um ato pela decisão favorável do juiz e de denúncia das violações de direitos que enfrentam.

Diante do encaminhamento do juiz, eles expressam suas expectativas: “Desejamos que a decisão do dr. Murilo tenha em conta a ausência de reparação e a existência de um crime continuado que provoca tantas violações e sofrimentos em Brumadinho e região. Seguimos acompanhando e exigindo Justiça para Brumadinho!”, reflete Marco Antônio Moreira, representante da Rede Igrejas e Mineração presente na reunião.

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