Foi realizado no fim de semana dos dias 11 a 13 de outubro, a segunda etapa do Ciclo de Formações: Trilhando o fortalecimento da Economia Popular Solidária em Minas Gerais. A atividade foi realizada pela Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, entidade de apoio e fomento, e contou com a participação de aproximadamente 60 lideranças dos fóruns municipais, regionais e estadual de Minas Gerais. O objetivo principal das formações é fortalecer a atuação dos empreendimentos e capacitar os participantes com conhecimentos teóricos e práticos fundamentais para a promoção e desenvolvimento da economia solidária em seus territórios.
Com o tema “Organização da produção e sustentabilidade”, o segundo módulo contou com a contribuição do assessor técnico da Cáritas Minas Gerais, Rodrigo Pires que enfatizou durante o encontro que debater com o movimento da economia solidaria a sua sustentabilidade e a organização da produção é discutir colaboração, trocas, partilhas e o cuidado com a Casa Comum. “É importante refletir com os empreendimentos econômicos solidários sobre como está o exercício da autogestão e a coletividade nas tomadas de decisão. Também é fundamental garantir a articulação dos empreendimentos em rede de produção, os cuidados na produção de produtos de qualidade, a reflexão sobre custo de produção e o exercício prático da precificação, além da importância de se ter um plano de negócio”, aponta o assessor que também chama a atenção para a necessidade da conversão ecológica e da produção dos produtos a partir de matéria primas sustentáveis e saudáveis.
Foto: Gabiroba Comunicação
O Ciclo de Formação foi pensado a partir da pedagogia da alternância, de modo a possibilitar a interação entre teoria e prática, a troca de saberes e a absorção de novos conhecimentos. O segundo módulo foi estruturado de forma participativa, utilizando metodologias que incentivaram o diálogo e a troca de experiências entre os participantes. Rodas de conversa e dinâmicas de grupo permitiram que os presentes compartilhassem suas vivências e construíssem coletivamente soluções para os desafios enfrentados em seus territórios.
Maria do Carmo, conhecida como Didi, representante o Fórum regional de Varginha, reflete sobre a importância de pensar nos processos de produção e calcular o impacto ambiental de cada ação. “Repensar a cultura do consumo e buscar alternativas renováveis e limpas também está na base do pensamento sustentável. Especialmente diante de uma população crescente, a sustentabilidade é vital para sociedade. A preservação de recursos naturais, como água, ar, terra e biodiversidade, é a garantia da sobrevivência dela a longo prazo. Durante o encontro podemos fazer colocações e apontar desafios que dificultam esse processo. Um desses desafios foi descobrir que talvez não estamos produzindo nossos produtos da maneira adequada, em parceria com outros integrantes do grupo, num mesmo objetivo econômico”, analisa.
A representante do Fórum regional do baixo Jequitinhonha, Samara Ribeiro da Paz, fala da sua alegria em participar das formações: “Eu era muito tímida, eu acho que era pelo falo de antigamente as mulheres não terem muito direito de fala, eu cresci ouvindo isso, e de certa forma, entrar para a Economia Solidária, e participar dessas formações, ativou algo importante em mim, de que a gente tem vez e voz dentro da EPS. Eu estou tão feliz, estou radiante de felicidade”.
As formações serão realizadas em quatro encontros modulares, onde serão trabalhados conteúdos que possam contribuir na ampliação da capacidade organizativa de atuação tanto nos empreendimentos, como também nos fóruns municipais, regionais e estadual. O terceiro módulo será realizado nos dias 06 a 08 de dezembro com o tema “Novas formas de comercialização e consumo solidário”.
Foto: Gabiroba Comunicação
Flávia Carvalho, representante da Entidade de apoio e fomento Ong Moradia, destaca a importância dos processos formativos voltados para a Economia Solidária: “Vejo o quanto é importante para nós que somos entidade de apoio e fomento esses momentos de troca e escuta com os empreendimentos solidários, pois temos a oportunidade de entender as diferentes demandas dos territórios. Considero extremamente importante a continuidade dos projetos com viés de formação continuada, pois somente assim, conseguiremos avançar enquanto movimento, pois as lideranças estão sendo capacitadas, avalia.
O Ciclo de Formações “Trilhando o fortalecimento da Economia Popular Solidária” faz parte do projeto “Ações de Apoio e Fortalecimento do Movimento de Economia Popular Solidária em Minas Gerais”, uma parceria entre a Cáritas Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (SEDESE), através do Termo de Fomento nº 1481002353/2023.