Mesa composta por André de Freitas (Presidente da Fundação Renova), Patricia Lois (Convidada), Tikim Matheus (Vereador), Luzia Queiroz, Romeu Geraldo (Membros da CABF), Maria Geralda (representante da comunidade de Paracatu de Baixo), Luanna Gerusa (Representante da ATI Cáritas Mariana) e Fernando Sampaio (Presidente da Câmara Municipal).
Foto: Silmara Filgueiras/ATI Cáritas Mariana
A comunidade atingida de Paracatu de Baixo, em Mariana, avançou mais uma etapa na luta por reparação após o rompimento da barragem de Fundão, crime que completa pouco mais de sete anos e cinco meses. Em assembleia realizada no último domingo (16), os atingidos e atingidas nomearam o reassentamento coletivo como "Paracatu" e escolheram nomes de ruas e bens coletivos por meio de votação.
Por meio da nomeação das ruas, avenidas e bens comunitários os moradores homenageiam pessoas importantes da comunidade, que participaram deste processo de espera pela entrega dos reassentamentos, mas que faleceram antes dos mesmos serem concluídos, dentre elas: Benigna Maria Teotônio, Alexandre Gonçalves, Henriqueta Batista, Pedro Celestino, José Patrocínio de Oliveira, Ana Lúcia da Silva, Isolina das Dores Izaías, Estarlino das Graças Gonçalves, Laura Barbosa, José da Silva (José Banana) e Joãozinho Carneiro. Segundo o representante da Comissão dos Atingidos de Paracatu de Baixo, Romeu Geraldo, “a escolha dos nomes é uma forma de homenagear as pessoas que não estão mais entre nós”.
Assembleia de Nomeação organizada pela Comissão de Atingidos de Paracatu de Baixo, com a participação e decisão das famílias que estiveram presentes, através de uma votação registrada no local.
Foto: Silmara Filgueiras/ATI Cáritas Mariana
Na ocasião, a moradora da comunidade Maria Geralda reforçou a necessidade de guardar a memória dessas identidades e, para além, apontou como necessidade urgentes a preservação da história e das características da comunidade: "mais do que moradia, buscamos recuperar o nosso modo de vida, nossa religião e nossa cultura. Não tem sido fácil, mas não podemos perder a esperança de dias melhores".
A nomeação do reassentamento coletivo como "Paracatu" é parte fundamental do processo de reconstrução da comunidade. Após a entrega das obras pela Fundação Renova, a comunidade espera que o Projeto de Lei seja escrito na Câmara dos Vereadores de Mariana e, posteriormente, vire um decreto reconhecido pelo município.
Fotos: Silmara Filgueiras/ATI Cáritas Mariana