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Festival de Convivência com o Semiárido ecoa a luta dos povos tradicionais pelo Bem Viver

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Festival de Convivência com o Semiárido reafirma o seu compromisso com a construção coletiva de conhecimento pela sociobiodiversidade.

Publicação: 18/12/2024


“Pra nós, do Buriti do Meio, ter a oportunidade de encontrar com os povos de outros territórios é ter a possibilidade de fortalecer a nossa luta”. A fala da liderança quilombola, Mª da Neves, durante o 10º Festival de Convivência com o Semiárido, realizado no dia 09 de novembro, no Quilombo Buriti do Meio, destacou a importância do evento para a comunidade local. Em sua 10ª edição, sob o tema: Povos Tradicionais em Busca da Construção da Sociedade do Bem Viver, o Festival de Convivência com o Semiárido reafirmou o seu compromisso com a construção coletiva de conhecimento em prol da sociobiodiversidade do semiárido mineiro diante do contexto das mudanças climáticas. A abertura do festival foi realizada através de uma Missa Campal, celebrada pelo padre Eduardo Martins, que trouxe uma homilia dedicada a refletir sobre São Francisco e o convite cristão a cuidar da biodiversidade. 


10º Festival de Convivência com o Semiárido -Foto Franciele Costa/Cáritas MG

Foto: 10º Festival de Convivência com o Semiárido - Franciele Costa/Cáritas MG

O diálogo sobre o contexto socioambiental do semiárido foi construído a partir de uma mesa de diálogo, no qual participaram lideranças do território, agentes da equipe Cáritas, representantes do poder público municipal e estadual. O momento foi marcado pelo diálogo e a reflexão sobre a necessidade da construção de propostas coletivas que possam apoiar os povos tradicionais, a partir da preservação do território e geração de renda.

“Nós pensamos e construímos esse festival de forma coletiva com o povos, hoje fico muito feliz em ver a participação de povos quilombolas, indígenas, veredeiros, vazanteiros e geraizeiros, no total foram mais de 600 pessoas que participaram do festival com a gente ”, reflete Valmir Lopes, agente da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais.


10º Festival de Convivência com o Semiárido -Foto Franciele Costa/Cáritas MG

Foto: 10º Festival de Convivência com o Semiárido - Franciele Costa/Cáritas MG

A partir dessa temática, foram realizadas mesas de diálogo e oficinas de formação sobre Educação Popular; Agroecologia; Comunicação Popular; Mulheres e Semiárido; Defesa dos territórios tradicionais; Mudanças Climáticas; Crédito Rural e Convivência com o Semiárido. Para o quilombola Geraldo Silva, o Festival cumpre um papel muito importante na ação formativa e de troca de conhecimentos entre os povos. “Eu acho essa ação muito importante sobretudo por mobilizar a juventude do nosso território em processos de formação”, afirma a liderança quilombola de Buriti do Meio.

As ações formativas foram construídas a partir da parceria construída pelo festival com o Laboratório de Educação do Campo da Unimontes, e do Núcleo de Pesquisa e Apoio à Agricultura Familiar Justino Obers (NPPJ) da Universidade Federal de Minas Gerais.Flavia Galizoni, professora da UFMG, refletiu que o festival é um marco de reflexão, de lutas e alternativas, e particularmente para a universidade é um marco de troca de conhecimento, do encontro do conhecimento tradicional com o conhecimento científico. "Se é no Semiárido que a vida pulsa, é no Semiárido que o conhecimento deve pulsar junto com os povos tradicionais” pontua a professora.


Foto: 10º Festival de Convivência com o Semiárido - Franciele Costa/Cáritas MG


O 10º Festival de Convivência com o Semiárido foi uma iniciativa construída pela Associação Quilombola de Buriti do Meio e pela Cáritas Diocesana de Januária, com apoio da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, KNH/Brasil , ASA Brasil e Prefeitura Municipal de São Francisco.

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