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Instituições de Justiça se reúnem com pessoas atingidas de Mariana

Áreas de Atuação

O encontro teve como objetivo o diálogo entre os representantes do judiciário e as comunidades atingidas sobre a reparação integral

Publicação: 24/01/2024


Na última terça-feira, dia 16, a Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF) se reuniu com o juiz federal Vinicius Cobucci, responsável pelo caso do rompimento de Fundão na 4ª Vara Cível e Agrária da Subseção Judiciária de Belo Horizonte. Além do juiz, estiveram presentes na reunião diversos representantes das Instituições de Justiça (IJs), como membros da Advocacia Geral da União, do Ministério Público Federal, do Ministério Público de Minas Gerais e Mônica Sifuentes, presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região.



Pela manhã, representantes da CABF apresentaram pautas urgentes para a reparação integral, acompanhados por representantes da Cáritas MG|ATI Mariana, conforme solicitado. As pessoas atingidas falaram sobre as pendências na retomada dos modos de vida, a situação das comunidades da Zona Rural, o processo de empobrecimento forçado e as dificuldades encontradas para a auto-suficiência. A situação dos reassentamentos coletivos e familiares e diferentes formas como as vidas foram modificadas e interrompidas também foram contextualizadas na ocasião. As lideranças das comunidades atingidas também destacaram a necessidade de abrir mais canais de diálogo das vítimas do desastre-crime com os representantes das IJs e ressaltaram a importância da continuidade da ATI para acompanhamento técnico do processo de reparação que, segundo a Comissão, ainda está longe do término. Os representantes das comunidades também fizeram uma rememoração das construções coletivas da CABF e comunidades atingidas junto à ATI, como a Matriz de Danos e a reformulação do Cadastro dos atingidos.




Os representantes das IJs ouviram diversas falas que relatam algumas das dificuldades enfrentadas no território de Mariana e comentaram sobre os esforços que fazem e, de acordo com eles, continuarão realizando para promover diálogos entre as diferentes instâncias envolvidas. Também pontuaram a necessidade de que a realidade e vivência das comunidades atingidas chegue às esferas judiciais mais distantes, que não têm contato direto com o dia-a-dia da reparação. Reconheceram a necessidade de liberação dos valores bloqueados judicialmente e sua utilização para as comunidades, a importância de manutenção e garantia do direito à ATI no território.

Na parte da tarde, seguindo a programação da atividade, os representantes das IJs, os integrantes da CABF e os membros da Cáritas MG|ATI Mariana estiveram em Bento Rodrigues para que pudessem dialogar sobre a situação das áreas de origem, o manejo de rejeitos nas comunidades de Mariana, assim como as possibilidades de manutenção e cuidado do território. Por fim, os presentes visitaram a casa de uma família no reassentamento coletivo de Bento Rodrigues, tendo em vista que mesmo depois das entregas das chaves, ainda há muitas demandas relacionadas à transição da comunidade e pós-morar - tanto questões construtivas e estruturais, quanto de respeito às diretrizes que estabelecem padrões coletivos para restituição e reparação dos danos sofridos.



Fotos: Quel Satto/Cáritas MG|ATI Mariana

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