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Presidente Lula assina contrato de Assessoria Técnica com a Cáritas durante evento em Mariana (MG)

Institucional

Assinatura de contrato traz esperança e novos desafios para territórios atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão, em 2015.

Publicação: 12/06/2025


Lula retoma parceria com Cáritas em Mariana

Nesta quinta-feira, 12 de junho, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou da Cerimônia de Celebração dos Avanços do Acordo Rio Doce, na cidade de Mariana. Entre os compromissos apresentados pelo Governo Federal está a volta do contrato com a Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais para atuação como Assessoria Técnica Independente (ATI) junto às comunidades atingidas pelo rompimento da Barragem do Fundão, em 2015. O evento foi realizado na Praça da Sé, centro histórico de Mariana, e contou com a participação dos ministros da Casa Civil, da Secretaria-Geral da Presidência da República, ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

O contrato assinado assegura que a Cáritas volte a prestar assessoria direta às comunidades de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, zonas rurais de Mariana, incluindo Bicas, Borba, Camargos, Campinas, Paracatu de Cima, Pedras, Ponte do Gama, e demais territórios atingidos na cidade. Com previsão inicial de atuação entre junho e outubro de 2025, o valor destinado é de R$ 2,8 milhões. A estimativa é atender aproximadamente 1.629 famílias, cerca de 5.254 pessoas, num município com população total de pouco mais de 61 mil habitantes. O contrato, firmado com a Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), integra um plano maior que prevê a destinação de R$ 500 milhões para ATIs em geral e R$ 198 milhões para comunidades tradicionais. O período de vigência será de 42 meses, podendo ser prorrogado por mais 6 meses.

Desafios na volta ao território de Mariana

Ainda que tenha sido um passo importante e necessário para manutenção da assessoria aos atingidos, a proposta assinada apresenta alguns desafios. Rodrigo Pires, coordenador da ATI Cáritas em Mariana, destaca que o valor é insuficiente para manter a metodologia atual de acompanhamento aos atingidos. A nova equipe será menor e terá que desenvolver uma nova metodologia de trabalho, com menor atenção às questões individuais de cada família. Além disso, a divisão do valor entre os territórios atingidos não considerou os diferentes impactos sofridos em cada região, principalmente em Mariana, epicentro do desastre-crime. 

Outro ponto importante a ser destacado é a preocupação da Cáritas frente a desmobilização da ATI pela falta de repasse de recursos a tempo de garantir a continuidade dos trabalhos. Uma das consequências é a necessidade de um novo processo seletivo após o depósito do recurso, exigindo a abertura de editais, contratação de equipe e formação técnica antes de começar a atuação em campo. A interrupção do assessoramento impacta diretamente as pessoas atingidas,  já que os prazos continuam correndo e novas demandas surgindo.

Diante dos desafios, a Cáritas, que  acompanha o processo de reparação de Mariana desde 2016, aproveita para reafirmar seu compromisso em assegurar a participação informada das famílias no processo de reparação e manifesta o desejo de retomar suas atividades no território o quanto antes.

Por Mia Vieira e Wellington Oliveira, da Cáritas Regional Minas Gerais

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