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Comunidades tradicionais geraizeiras protestam contra mineradora SAM

Áreas de Atuação

Protestos ocorreram no dia que o procurador-geral de Minas Gerais sobrevoou a região

Publicação: 09/07/2021


Com cartazes e palavras de ordem escritas no chão, comunidades tradicionais geraizeiras do Vale das Cancelas, distrito do Município de Grão Mogol, no Norte de Minas Gerais, protestaram ontem (08/07) contra a empresa Sul Americana de Metais S/A (SAM). O ato ocorreu no dia em que o procurador-geral de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, sobrevoou a região. Segundo nota divulgada, Jarbas Soares Júnior trataria do fim dos lixões na região. No entanto, parte da agenda foi reservada às questões do projeto da mineradora.


Foto: Comunidades Tradicionais Geraizeiras do Vale das Cancelas

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) havia proposto uma visita na última quinta-feira (08/07) ao território das comunidades geraizeiras para tratar das questões da mineração na região. No entanto, com o agravamento da pandemia de Covi-19 na localidade, moradores pediram o adiamento para setembro de 2021, quando a vacinação da população terá avançado. A proposta da visita aconteceu após mobilização das comunidades contra o acordo firmado entre o  MPMG e a SAM. O documento assinado entre as partes prevê o acompanhamento do MPMG durante o processo de licenciamento do empreendimento.

Em nota publicada no site Campanha em Defesa do Cerrado, as comunidades tradicionais geraizeiras do Vale das Cancelas se posicionaram contra o acordo: “as comunidades reafirmam que desejam seu território e chão sagrado, livres de atividades minerárias e que o Ministério Público cumpra seu papel na defesa das mesmas e não se curve diante da SAM, que extrapola sua competência. Que esse termo, construído sem a participação das comunidades seja revogado!”

O projeto da mineradora

O projeto da mineradora SAM, no Norte de Minas Gerais, se chama Bloco 8. O empreendimento está presente em quatro municípios: Grão Mogol, Fruta de Leite, Josenópolis e Padre Carvalho. O complexo minerário fará a extração e o tratamento de minério de ferro. A produção será escoada via mineroduto que irá de Grão Mogol até o Porto de Ilhéus, no Sul da Bahia, esse processo será realizado por uma terceirizada. 

Além de todas as questões ambientais, o que vem gerando mobilizações sociais é o fato de que comunidades tradicionais geraizeiras correm o risco de terem que dividir suas terras com a mineradora, em Grão Mogol, Padre Carvalho e Josenópolis. Embora a comunidade tradicional geraizeira seja reconhecida pela lei estadual 21.147, seu território ainda não foi demarcado e reconhecido pelo órgão responsável, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). 

Comunidades Tradicionais Geraizeiras do Vale das Cancelas

Foto: Comunidades Tradicionais Geraizeiras do Vale das Cancelas

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