COLABORE

Nota em defesa da água

Áreas de Atuação

Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF), de Mariana, publica nota de repúdio contra a negligência de mineradoras e agronegócio

Publicação: 22/03/2019


Quando morre um rio, se acaba junto com ele um mundo de formas de vida: morre peixe, planta, bicho, morre o bicho gente. Nós, humanos, costumamos nos achar diferentes dos demais seres, mas somos parte da natureza. Sem água não existimos nesse mundo! Esta nota é um apelo em defesa das águas, um apelo em defesa da vida!


Vinícius Lourenço Peixoto, atingido pelo crime da Samarco em Mariana.

No dia 22 deste mês celebramos o dia da água. Precisamos nos lembrar que o Brasil é a nação mais rica em água doce no mundo e Minas Gerais está entre os 15 estados mais ricos em água do país. Isso significa que temos uma responsabilidade imensa no cuidado com o bem mais precioso do planeta. Temos sim que economizar água em nossos lares, mas devemos, principalmente, cobrar a responsabilidade das empresas e grandes corporações, que juntas consomem 90% de toda a água da Terra.

Das 7,5 bilhões de pessoas que existem no mundo, pelo menos um bilhão não têm acesso ao abastecimento de água suficiente. É como se as pessoas da China, país mais populoso do mundo, estivessem fadadas a morrer de sede. Enquanto isso, as monoculturas  do agronegócio consomem 70% de toda a água doce usada pelos seres humanos. A indústria consome 20% do total de água doce do mundo. O que resta, 10%, é de uso doméstico e pessoal da humanidade. O grande problema é: agronegócio e a indústria raramente fazem o tratamento e/ou reutilização adequada da água que escoa. São eles, os poderosos, quem mais poluem nossas águas!   

A mineração usa a água tanto na produção quanto no transporte do minério, por meio de mineroduto. Em Minas Gerais rios inteiros foram mortos pela irresponsabilidade criminosa de empresas da mineração, uma delas reincidente. A Vale foi coautora do crime que matou o Rio Gualaxo do Norte e o Rio Doce, é autora do crime que matou o Rio Paraopeba. O risco agora é que o rejeito tóxico chegue ao Rio São Francisco. Assim como o Rio Doce,  “o Rio São Francisco vai bater no meio do mar”.

Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão em Mariana

Fonte: jornal A Sirene

Fotos: Larissa Pinto, jornal A Sirene e Ellen Barros, comunicadora popular da Cáritas Regional Minas Gerais em Mariana


 

Tag