COLABORE

Tríduo das Pastorais Sociais

Igreja

Animadas pela fé, as Pastorais Sociais da CNBB Leste 2 convidam a trilhar caminhos de esperança para a construção de um mundo novo.

Publicação: 16/03/2021


Animada pela fé e pela esperança em dias melhores, a Comissão para a Ação Social Transformadora da CNBB Leste 2 promoveu o Tríduo das Pastorais Sociais, nos dias 10 a 12 de março. Realizado de forma virtual, o tríduo foi acompanhado por mais de 2.600 pessoas, tendo como iluminação para as reflexões a palavra caminhos. 

Inspirado pelas sementes deixadas por padre Nelito Dornelas, o primeiro dia de oração teve como tema “Caminhos para um Mundo Novo” e contou com a participação de dom Otacílio Ferreira de Lacerda, bispo da diocese de Guanhães e referencial para a Comissão para a Ação Social Transformadora da CNBB Leste 2, de membros da Comissão de Meio Ambiente da Província Eclesiástica de Mariana e do Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce. 

A oração foi marcada pela recordação da vida, do testemunho e dos ensinamentos deixados por padre Nelito, que fez a sua passagem definitiva no dia 03 de fevereiro, se somando as mais de 300 mil pessoas vitimadas pela Covid no país. Incansável defensor dos pobres, Nelito viveu em busca da justiça social, mantendo sua fidelidade aos ensinamentos de Jesus Cristo e se tornando uma grande inspiração para aqueles que têm como missão a construção da sociedade do Bem Viver. 

Dom Otacílio Ferreira destacou que fazer memória não se trata de um saudosismo ou de um envaidecimento do legado de padre Nelito, mas sim uma motivação para que todos continuem na luta. “Vamos comunicando a esperança com quem convivemos e para aqueles que virão. Vamos renovar, nessa noite, a graça de ser sal da terra e de ser luz do mundo. As pastorais sociais, de modo muito especial, têm a missão de ser luz no mundo, na família, na sociedade, na política, na economia, na cultura, nos meios de comunicação”, reforçou dom Otacílio, que também homenageou os bispos, padres, leigos e leigas vítimas da Covid.


Primeiro dia do Tríduo das Pastorais Sociais.

Com o tema “Caminhos para a Fraternidade Universal e a Amizade Social”, o segundo dia tríduo trouxe a reflexão acerca da carta encíclica do papa Francisco, Fratelli Tutti, com a participação de dom Otacílio Ferreira de Lacerda; dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e referencial da Comissão para Ação Missionária da CNBB Leste 2; e das irmãs da Divina Providência e agentes do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Letícia Rocha e Neusa Nascimento.

Após a proclamação do Evangelho, dom Vicente falou sobre o momento triste vivido no país: “De fato, a situação está muito delicada e a Igreja, como sempre, é chamada a ser guia e a esperançar em pleno caos, em plena pandemia, em pleno momento tão trágico para o Brasil”. O bispo lembrou que a palavra de ordem é a esperança e convocou todos a encher o coração do Espírito Santo de Deus para buscar caminhos novos de vida para as comunidades e o país. “Se somos testemunhas de um momento trágico, Deus também está nos dando a graça de sermos profetas da travessia de um tempo novo. Então, nos coloquemos nessa postura com responsabilidade e, ao mesmo tempo, de mãos dadas para que possamos, com solidariedade e muita fé, promover essa esperança em nossa sociedade”, convidou.

Na reflexão sobre a encíclica papal Fratelli Tutti, dom Vicente explicou que o papa Francisco convida a três conversões: “Eu costumo dizer que o magistério do papa Francisco faz três convites para três conversões: o primeiro, com Evangelii Gaudium, convida a uma conversão eclesial, a Igreja em saída; o segundo, com a Laudato Si, chama para uma conversão ecológica; e com a Fratelli Tutti, o papa convida a uma conversão cultural”.

Com esperança, a encíclica traz referenciais para a construção de um novo tempo de uma cultura universal da amizade e da fraternidade, a partir da tomada de consciência e da acolhida das vulnerabilidades, das dores e das fragilidades com compaixão. Confira o artigo “TODOS IRMÃOS: a fraternidade como alicerce para uma nova cultura”, de dom Vicente Ferreira sobre a Fratelli Tutti.


Segundo dia do Tríduo das Pastorais Sociais da CNBB Leste 2

No terceiro e último dia do tríduo, as reflexões giraram em torno da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 (CFE). Com o tema “Caminhos para a construção do diálogo e da paz”, a oração contou com a presença de dom Otacílio Ferreira, de integrantes da Pastoral Afro Brasileira Leste II, do irmão Denilson Mariano, do Movimento da Boa Nova (MOBON), e de Sebastião Farinhada, cantador e educador popular da Zona da Mata mineira.

A partir da metodologia da Campanha da Fraternidade do VER, JULGAR e AGIR, irmão Denilson Mariano refletiu que, em um primeiro momento, a Campanha convida os cristãos a VER as sombras que quebram a fraternidade. Entre elas, destacou: a necropolítica, uma política de morte que nega o acesso ao auxílio emergencial aos pobres e prefere auxiliar os bancos, bem como não avança no cuidado com as pessoas, na aplicação e conquista das vacinas e em um plano nacional de contenção da pandemia; o crescimento da violência e as falsas soluções para barra-la, como as leis que facilitam o acesso às armas no país; a violência contra a mulher, em especial contra as mulheres negras, e contra as pessoas LBTQI; entre outras.

Em meio a tantos desafios, no JULGAR a Campanha aponta um caminho de conversão e de superação do ódio. “A Campanha da Fraternidade quer nos ajudar a irmos mais longe, a fazer com que nossa prática de fé dentro da Igreja ajude a termos um outro modo de ser na sociedade”, explica irmão Mariano. A CFE aponta também os passos concretos para essa conversão e mudança de vida no AGIR. Irmão Mariano ressalta que o tema “Cristo é a nossa paz e do que era dividido ele fez uma unidade” mostra que Cristo é o caminho dessa unidade.

O irmão também tratou da questão do ecumenismo, que tem sido questionado por algumas pessoas. Ele explica que não se trata de juntar todas as igrejas em uma só ou realizar um único culto. “O ecumenismo é o que nós podemos fazer juntos para socorrer a dor do sofredor, o que podemos fazer juntos em nome da nossa fé para socorrer os mais necessitados. É um convite para nos aproximar, lembrando que aquilo que nos une é muito maior do que o que nos divide”, concluiu.


Terceiro dia do Tríduo das Pastorais Sociais.

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